62 academicos
católicos fazem "correção filial" ao Papa Francisco
Com uma iniciativa que já não acontecia na Igreja há 700 anos, 62
católicos notáveis, entre clero e leigos, tornaram público um documento no qual
alertam para as heresias que têm sido apoiadas durante o pontificado do Papa
Francisco e pedem, filialmente, ao Santo Padre que ensine e afirme sem
equívocos a doutrina católica. Este é o texto que apresenta o documento:
Uma carta de vinte e cinco páginas, assinada por 40 clérigos católicos
e académicos leigos, foi enviada ao Papa Francisco no dia 11 de agosto último.
Como até o momento o Santo Padre não deu qualquer resposta, o documento é
tornado público hoje, 24 de setembro de 2017, Festa de Nossa Senhora das Mercês
e da Virgem de Walsingham (Norfolk, Inglaterra, 1061).
Com o título latino“Correctio filialis de haeresibus propagagatis”
(literalmente, “Uma correção filial em relação à propagação de
heresias”), a carta ainda está
aberta à adesão de novos signatários, já tendo sido firmada até o momento por
62 clérigos e académicos de 20 países, representando também outros que não
carecem da liberdade de expressão necessária.
Nela se afirma que o Papa, através de sua Exortação
apostólica Amoris laetitia, bem como de outras palavras, atos e
omissões a ela relacionados, manteve sete posições heréticas referentes ao
casamento, à vida moral e à recepção dos sacramentos, resultando na difusão das
mesmas no interior da Igreja Católica. Essas
sete heresias são expostas pelos signatários em latim, a língua oficial da
Igreja.
Esta carta de correção contém três partes principais. Na primeira, os
signatários explicam a razão pela qual lhes assiste, como fiéis católicos
praticantes, o direito e o dever de emitir tal correção ao Sumo Pontífice. ––
Porque a lei da Igreja exige das pessoas competentes que elas rompam o silêncio
ao verem que os pastores estão desviando o seu rebanho. Isso não implica nenhum
conflito com o dogma católico da infalibilidade papal, porquanto a Igreja
ensina que, para que as declarações de um Papa possam ser consideradas
infalíveis, ele deve antes observar critérios muito estritos.
O Papa Francisco não observou esses critérios. Não declarou que essas posições heréticas
constituem ensinamentos definitivos da Igreja, nem afirmou que os católicos
devem acreditar nelas com o assentimento próprio da fé. A Igreja ensina que
nenhum Papa pode declarar que Deus lhe revelou qualquer nova verdade nas quais
os católicos deveriam acreditar.
A segunda parte da carta é fundamental, uma vez que contém a própria “correção”. Nela se enumeram as passagens em que Amoris
laetitia insinua ou encoraja posições heréticas, e depois as palavras,
atos e omissões do Papa Francisco que mostram, além de qualquer dúvida
razoável, que ele deseja que os católicos interpretem essas passagens de uma
maneira que é, de facto, herética. Em particular, o Pontífice apoiou direta
ou indiretamente a crença de que a obediência à Lei de Deus pode ser impossível
ou indesejável e que a Igreja deve às vezes aceitar o adultério como um
comportamento compatível com a vida de um católico praticante.
A última parte, chamada “Nota de Esclarecimento”, discute duas causas
desta crise singular. Uma delas é o “Modernismo”. Teologicamente falando, o Modernismo é a crença de que Deus não
dotou a Igreja com verdades definitivas, as quais Ela deve continuar a ensinar exatamente
do mesmo modo até o fim dos tempos. Os modernistas afirmam que Deus se
comunica apenas com as experiências humanas sobre as quais os homens podem refletir,
de modo a fazerem asserções diferentes sobre Deus, a vida e a religião; mas
essas declarações são apenas provisórias, e nunca dogmas imutáveis. O
Modernismo foi condenado pelo Papa São Pio X no início do século XX, mas
renasceu em meados desse século. A grande e contínua confusão causada pelo
Modernismo na Igreja Católica obriga os signatários a descrever o verdadeiro
significado de “fé”, “heresia”, “revelação” e “magistério”.
Uma segunda causa da crise é a aparente influência das ideias de Martinho Lutero sobre o Papa
Francisco. A carta mostra como Lutero, fundador do protestantismo,
teve ideias sobre o casamento, o divórcio, o perdão e a lei divina que
correspondem às que o Papa promoveu através de suas palavras, atos e omissões.
A Correctio filialis também destaca os elogios explícitos e
sem precedentes que o Papa Francisco fez do heresiarca alemão.
Os signatários não se aventuram a julgar o grau de consciência com que
o Papa Francisco propagou as sete heresias que enumeram, mas insistem respeitosamente para que condene tais heresias, as quais
ele sustentou direta ou indiretamente.
Os signatários professam sua lealdade à Santa Igreja Católica,
assegurando ao Papa as suas orações e solicitando-lhe a Bênção apostólica.
A correção propriamente dita, que consiste na explanação das sete
heresias foi escrita em latim. Aqui fica a tradução para português:
Através destas palavras, atos e omissões, bem como das passagens acima mencionadas do documento Amoris laetitia, Sua Santidade apoiou, direta ou indiretamente, e propagou dentro da Igreja, com um grau de consciência que não procuramos julgar, tanto por ofício público como por ato privado, as seguintes proposições falsas e heréticas:
1. “Uma pessoa justificada não tem a força, com a graça de Deus, para
cumprir as exigências objetivas da lei divina, como se a observância de
qualquer um dos mandamentos de Deus fosse impossível aos justificados; ou como
significando que a graça de Deus, quando produz a justificação do indivíduo,
não produz invariavelmente e por sua própria natureza, a conversão de todo
pecado grave, ou não é suficiente para a conversão de todo pecado grave.”
2. “Os católicos que obtiveram um divórcio civil do cônjuge com o qual
estão validamente casados e contraíram um matrimónio civil com alguma outra
pessoa durante a vida de seu cônjuge, e que vivem more uxore com seu parceiro
civil, e que escolhem permanecer nesse estado com pleno conhecimento da
natureza de seu ato e com pleno consentimento do ato pela vontade, não estão
necessariamente em estado de pecado mortal e podem receber a graça santificante
e crescer na caridade.”
3. “Um fiel católico pode ter pleno conhecimento de uma lei divina e
voluntariamente escolher violá-la, mas não estar em estado de pecado mortal
como resultado desse ato. ”
4. “Uma pessoa que obedece uma proibição divina pode pecar contra Deus
por causa desse ato de obediência. ”
5. “A consciência pode reconhecer que atos sexuais entre pessoas que
contraíram um casamento civil, mesmo que uma delas esteja casada
sacramentalmente com outra pessoa, podem às vezes ser moralmente lícitos, ou
sugeridos ou até mandados por Deus. ”
6. “Os princípios e as verdades morais contidos na revelação divina e
na lei natural não incluem proibições negativas que proscrevem absolutamente
certos tipos de atos, na medida em que eles são gravemente ilícitos em razão de
seu objeto. ”
7. “Nosso Senhor Jesus Cristo quer que a Igreja abandone sua disciplina
perene de negar a Eucaristia aos divorciados recasados, e de negar a absolvição
aos divorciados recasados que não expressem nenhuma contrição por seu estado de
vida e o propósito firme de emenda nesse particular. ”
O documento na sua totalidade pode ser lido aqui em português: Correctio filialis de haeresibus
propagagatis
Se algum académico se quiser juntar ainda a esta iniciativa basta
enviar um e-mail para: info@correctiofilialis.org
Qualquer pessoa pode assinar esta petição de apoio à correção
filial: Support by the Catholic Laity for
the Filial Correction of Pope Francis
Rezemos pela Santa Igreja Católica, esposa de Cristo e nossa Mãe.
Fonte: Senza Pagare
Nenhum comentário:
Postar um comentário